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“Município de Lagos e Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento afinam estratégia para a criação do Museu da Escravatura de Lagos
Recorde-se que o projeto Museu da Escravatura de Lagos visa atingir dez objetivos (expressos na declaração do Município de Lagos de 16 de dezembro de 2011) dos quais se destacam alguns, designadamente: 1) a requalificação arquitetónica do paradigmático edifício do Mercado de Escravos; 2) a organização do espaço museológico – núcleo do Mercado de Escravos (exposições dos achados arqueológicos e outros associados) e um segundo núcleo no Parque de Estacionamento do Anel Verde (onde funcionará um Centro de Informação e Interpretação Histórica e Arqueológica do local – Memorial da Escravatura) onde os trabalhos arqueológicos levados a cabo em 2009 revelaram a existência de 155 esqueletos humanos de antigos escravos. Também está prevista a publicação de diversos estudos, quer no que diz respeito ao “cemitério de escravos”, quer sobre a Escravatura no Sul de Portugal, um Roteiro da Rota do Escravo ou ainda a publicação de brochuras turístico-culturais sobre os Lugares de Memória da Escravatura e do Comércio de Escravos em Lagos.
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Recorde-se que os contactos para a criação do Museu da Escravatura em Lagos remontam a 2010, data da assinatura do Protocolo de Colaboração entre o Município e a Comissão Nacional da UNESCO visando a criação de um Centro UNESCO em Lagos, dedicado à abordagem histórica e cultural das relações estabelecidas entre Portugal e o Mundo, no passado, e suas representações nos tempos de hoje. Este projeto tem, no entanto, raízes ainda mais longínquas que importa recordar: em 1994 a UNESCO lançou um projeto mundial intitulado “A Rota do Escravo”, o qual viria a dar origem à criação de comités nacionais destinados a desenvolver os programas de ação definidos na sede, em Paris. Em 1997 era criado o Comité Português do Projeto UNESCO “A Rota do Escravo”, sob proposta da Professora Doutora Isabel Castro Henriques, ao qual se associou, em 2011 o Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento (CESA). Ainda em 2011, o Município declarou o interesse público e municipal na realização do projeto de implementação do Museu da Escravatura na cidade histórica e turística de Lagos segundo o programa apresentado pelo Comité Português do projeto UNESCO “A Rota do Escravo”, autorizando a sua Presidente a contactar potenciais parceiros e mecenas com interesse no desenvolvimento deste projeto.
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Para o Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Júlio Barroso, “é importante reforçar a importância deste projeto, tanto mais que se integra no lema ena estratégia de uma marca que há alguns anos Lagos defende – o de «Lagos dos Descobrimentos»”
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Sempre defendendo que “Lagos pretende fazer jus à sua marca e afirmar-se como um destino não só turístico, mas turístico-cultural”, o autarca não mostrou quaisquer dúvidas em afirmar que “este projeto trará notoriedade e mais atratividade ao destino Lagos dos Descobrimentos”, ainda que tenha deixado claro o facto de que, “_infelizmente, a Câmara Municipal não está em condições para lançar ou liderar este projeto, dada a atual conjuntura e a necessidade de contenção de despesas estando por essa razão a contar com as parcerias que a UNESCO consiga alcançar
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Isabel Henriques aproveitou a ocasião para recordar que, no que diz respeito aos achados arqueológicos aquando a construção do Parque do Anel Verde, em 2009, “estes se traduziram na descoberta do mais antigo «cemitério» de escravos do mundo e o único até agora descoberto na Europa”. Além disso, adiantou que este Museu será o 2º museu da Europa estritamente subordinado ao tema da escravatura (o 1º está localizado em Liverpool – Inglaterra)”.
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